TJRJ. APELAÇÃO. DIREITO CIVIL. CONTRATO VERBAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE PROVAS CONCRETAS ACERCA DA CONTRATAÇÃO. MANUTENÇÃO DO DECISUM DE IMPROCEDÊNCIA.
A jurisprudência brasileira, de forma geral, reconhece a validade de contratos verbais de prestação de serviços advocatícios, desde que seja possível comprovar a sua existência e as condições acordadas por outros meios de prova. A presente demanda versa sobre ação de cobrança em que a parte autora pretende o recebimento de honorários advocatícios no valor de R$ 4.002,00, além de pleitear compensação por alegado dano moral sofrido. Nesse sentido, consigna que teria firmado um contrato de prestação de serviços advocatícios para acompanhamento de processos trabalhistas da empresa primeira demandada. Assevera que enviou tal contrato por e-mail para assinatura por sua representante legal, mas não teve retorno, bem como que tal incumbência financeira seria da empresa segunda demandada, ante a formação de um grupo econômico. No intuito de comprovar suas alegações, colacionou junto à exordial um contrato de prestação de serviços advocatícios não assinado por quaisquer das partes, e-mails por ela enviados e não respondidos, um print de uma suposta conversa no aplicativo de mensagens WhatsApp com a representante da empresa 2ª ré, e três transferências bancárias no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) realizadas em nome da 2ª empresa apelada. Na linha do disposto no CPC/2015, art. 373, fatos constitutivos são os fatos afirmados na petição inicial pelo autor, cabendo a ele prová-los. Em contrapartida, ao réu cabe provar a existência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Sob tal perspectiva, observa-se que a parte autora deixou de colacionar provas concretas acerca do alegado contrato verbal de prestação de serviços advocatícios que defende ter firmado com a representante legal da empresa 1ª ré, para acompanhar seus processos trabalhistas. Nesse sentido, destaca-se que, inobstante afirme ter atuado em oito processos na seara trabalhista, não colaciona provas de sua efetiva participação naqueles feitos, nem sequer a procuração que lhe teria sido outorgada para tanto. Ademais, em que pese sugira a formação de um grupo econômico entre as demandadas, igualmente não faz prova do alegado e, isso considerado, as transferências bancárias realizadas pela 2ª ré em seu favor, conclui-se, sequer mantém relação com os fatos narrados neste feito. Por fim, ressalta-se que o print de uma conversa no aplicativo WhatsApp, devido à sua fragilidade probatória e facilidade de manipulação, não serve ao desiderato de comprovar o contrato verbal alegadamente firmado entre os litigantes, devendo ser enfatizada, ainda, ausência de garantia de autenticidade e integridade de tal documento eletrônico, haja vista que não foram trazidos aos autos os metadados da referida imagem. Dessa forma, em consequência da ausência de provas do direito vindicado na exordial, nada há que macule a sentença que julgou improcedente o pedido da parte autora. Recurso conhecido e desprovido.
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